Restaurante de BH barra garçom por cabelo trançado: ‘trabalha na feira hippie?’

Restaurante de BH barra garçom por cabelo trançado: ‘trabalha na feira hippie?’; Caso foi registrado no último fim de semana no Sushi Naka, estabelecimento conceituado de culinária japonesa que fica na avenida Afonso Pena, na Savassi.

Um famoso restaurante de culinária japonesa da Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, é acusado de racismo por um funcionário que foi impedido de trabalhar no último sábado (19 de agosto), após chegar ao estabelecimento com tranças no cabelo. Depois de ter o cabelo criticado pela dona do lugar, Higor Antero Dos Santos Rodrigues, de 25 anos, procurou o setor jurídico da empresa, sendo questionado então se trabalhava “na feira hippie” por conta do penteado.

A reportagem de O TEMPO conversou nesta segunda-feira (21 de agosto) com o jovem, que gravou um vídeo denunciando o ocorrido nas redes sociais. O rapaz conta que foi a mãe quem fez as tranças nele e, no sábado pela manhã, ele foi trabalhar normalmente no restaurante, chamado Sushi Naka.

“Os colegas comentaram, falaram que estava legal as tranças. Porém, quando minha chefe me viu, ela já falou que eu não trabalharia no salão, servindo as mesas. Não levei a sério, mas, quando entrei na cozinha, ela repetiu que não me deixaria trabalhar assim e completou dizendo que daqui a pouco eu ia querer ‘trabalhar do jeito que quisesse'”, detalhou Rodrigues.

O jovem disse ter ficado em choque, sentado em outro setor do restaurante enquanto tentava digerir o que tinha acabado de ocorrer com ele. “Eu não estava acreditando que estava sendo impedido de trabalhar por trançar meu cabelo. Minha vontade era chorar, mas eu segurei”, completou.

Nesta segunda-feira, o garçom pretende procurar uma delegacia especializada, acompanhado de seu advogado, para registrar um boletim de ocorrência contra sua empregadora. Ele disse ainda que também irá ajuizar uma ação contra o restaurante.

RACISMO

“Trabalha na feira hippie?”, perguntou funcionária do jurídico

Diante de toda a situação, Rodrigues resolveu então procurar uma outra funcionária do Sushi Naka. A mulher, que seria responsável pelo setor jurídico e cuida, por exemplo, das escalas de trabalho, das faltas e dos atestados médicos.

“Procurei como um abrigo, uma proteção. Falei o que estava acontecendo e o que ela respondeu foram mais barbaridades”, disse o garçom.

O TEMPO teve acesso às mensagens trocadas com a funcionária do local.

“Onde você está com a cabeça de colocar trança no cabelo e ir trabalhar?”, “Você trabalha na feira hippie?”, “Você trabalha com japonês, não com brasileiro que é oba oba” e “se não perder o emprego está ótimo”, foram algumas das frases lidas por ele após recorrer à outra funcionária do local.

“Isso para mim foi a gota d’água. Peguei minhas coisas e fui embora. Eu me senti humilhado, ela gritou que não me deixaria trabalhar, na frente de todo mundo. Fui embora para casa e, só depois de muito tempo, ela me ligou pedindo desculpa, mas, pelo tom de voz, foi obrigada. Ela disse que estava estressada e, por isso, falou aquilo, como se fosse um mal entendido”, completou o rapaz.

A reportagem tentou contato com o restaurante Sushi Naka, por meio das redes sociais do estabelecimento. Uma pessoa, que se identificou como sobrinha da proprietária do restaurante, disse apenas que, em breve, faria um pronunciamento sobre o caso. Até a publicação da matéria, eles ainda não tinham se posicionado.

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